Saiba determinar a classificação fiscal da água

A classificação da água é um assunto que já causou e ainda causa polêmica. Mas, vamos tentar desmistificar o problema neste artigo.
Água
Índice

Por Jeferson Sato

Sabemos que classificar um produto não é uma tarefa fácil. Muitas empresas apenas replicam a NCM do fornecedor sem analisar se de fato é aplicável ao produto.

Classificar corretamente a mercadoria é extremamente importante, e pode implicar em incluir ou excluir a aplicação de benefícios fiscais, aplicação ou não da substituição tributária do ICMS, elevar ou diminuir a alíquota de vários tributos, além de evitar multas.

A classificação da água é um assunto que já causou e ainda causa polêmica. Mas, vamos tentar desmistificar o problema com as orientações a seguir.

Existe uma posição da TIPI – Tabela de Imposto sobe Produtos Industrializados, que trata exclusivamente de águas:

22.01 Águas, incluindo as águas minerais, naturais ou artificiais, e as águas gaseificadas, não adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes nem aromatizadas; gelo e neve.

Tabela 1.

E mais especificamente as NCM’s – Nomenclatura Comum Mercosul:

2201.10.00 -Águas minerais e águas gaseificadas4*01/05/2015vigente
2201.10.00Ex 01Águas minerais naturais, comercializadas em recipientes com capacidade nominal inferior a 10 (dez) litrosNT*01/01/2012vigente
2201.10.00Ex 02Águas minerais naturais, comercializadas em recipientes com capacidade nominal igual ou superior a 10 (dez) litrosNT*01/01/2012vigente

Tabela 2.

Como pode ser observado, essa classificação fiscal engloba as “Águas minerais e águas gaseificadas”.

Sem a Ex. Tipi há a incidência de 4% da alíquota de IPI, com a Ex. Tipi o IPI torna-se NT (não tributável).

Mas, como saber quando tem ou não tem Ex?

Conforme a NESH (Nota Explicativa do Sistema Harmonizado), da posição 2201:

“As águas minerais naturais são as águas que têm apreciável quantidade de sais minerais ou gases. A sua composição é extremamente variável e agrupam-se, habitualmente, em função das características químicas dos sais que contêm. Distinguem-se especialmente:

  1. As águas alcalinas.
  2. As águas sulfatadas.
  3. As águas cloretadas, brometadas, iodetadas.
  4. As águas sulfetadas ou sulfuradas.
  5. As águas arsenicais.
  6. As águas ferruginosas.

As águas minerais naturais adicionadas ou enriquecidas de dióxido de carbono, pertencem também a esta categoria.

Sob a denominação de águas minerais artificiais, entendem-se as águas preparadas por adição às águas potáveis de princípios ativos (sais minerais ou gases) da natureza daqueles que se encontram nas águas minerais naturais, de modo a conferir-lhes aproximadamente as mesmas propriedades que estas possuem. ”

Em outras palavras: Águas retiradas de fontes naturais, onde não é necessário inclusão artificial de sais ou gases, classificam-se com Ex. Tipi, pois, mantem sua naturalidade. Por outro lado, que foram inclusas essas propriedades de forma artificial, passaram por uma industrialização, classificando sem Ex. Tipi e sofrendo a incidência do IPI.

Vale ressaltar que, conforme o subitem 7.1 do RDC Nº. 274/ 2005:

“7.1. Águas envasadas: 7.1.1. Deve constar uma das expressões “Com gás” ou “Gaseificada artificialmente” quando adicionada de gás carbônico (dióxido de carbono). ”

 

Portanto, é provável que uma empresa sofra as consequências de utilização de classificação fiscal indevida, por não observar/conhecer pequenos detalhes, que podem passar despercebidos. A SYSTAX tem um papel importante quando contratada para classificar um produto, e oferece seu conhecimento para ajudar seus clientes na busca do tratamento correto para seus produtos.

Advertisement
Escrito por
marketing
Systax
Populares
Compartilhe
Do ISS ao IBS: Os Desafios da Transição Tributária para os Municípios
Nova Nota Fiscal entra em teste em julho: entenda o que muda com a Reforma Tributária
Reforma Tributária e a Relevância da Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS)
Do ISS ao IBS: Os Desafios da Transição Tributária para os Municípios
Nova Nota Fiscal entra em teste em julho: entenda o que muda com a Reforma Tributária